Resenha Final: Belinda - Catarsis

Finalmente o álbum Catarsis da cantora Belinda foi lançado oficialmente e apesar de já ter realizado uma resenha anterior aqui quando boa parte do álbum Catarsis de Belinda havia vazado, achei que seria interessante fazer mais uma resenha oito meses depois e agora sim com a versão final e completa.

Abrindo o disco temos "Dame más", um eletropop com batidas fortes e não sofreu muita alteração da sua versão demo. Gosto como Belinda brinca com os vocais aqui e das batidas, cumpre bem o papel de primeira faixa mas não é uma faixa para single. "En la Obscuridad", segundo single do álbum, é um pop latino bem tropical. Se a música não encanta tanto, o vídeo sim. Graças ao clip, Belinda se tornou uma recordista a nível latino de visualizações no youtube. Já o primeiro single, "En el Amor Hay Que Perdonar", é um eletropop mais melódico, com uma boa letra, mas ainda acho que como single foi uma escolha errada.

"I Love You... Te Quiero" é a farofa-continuação de "Egoísta" com o rapper Pitbull. Da versão demo para a final, só mudaram alguns vocais. Apesar de não ser uma obra-prima, a faixa possui um refrão chiclete e é uma ótima opção comercial como single, pois é o que toca nas rádios e pistas por aí. Seguindo a linha pancadão temos a inédita "Esto Es Amor". Eu gosto da faixa, tem um bom arranjo e uma boa produção, porém o refrão é fraco e talvez não seja uma boa opção como single. Agora surge a primeira grande mudança da versão vazada para a atual: "Como Si Fueramos Novios". Na primeira versão era uma canção típica mexicana, com instrumentos característicos e que na primeira audição até soa brega, mas depois você vê a delícia que ela é. A nova versão porém virou uma baladinha pop gostosa, mas com elementos tropicais. A música continua com a mesma qualidade, só que com uma roupagem diferente. "Bailaria Sobre el Fuego (Dubstep)" é uma das melhores composições do álbum e os vocais da Belinda estão doce aqui. O dubstep parece não ter caído muito bem na canção, mas a produção do break está ótima.

Entramos agora na segunda parte do álbum. Nela conhecemos as baladas que Belinda faz tão bem. "Vuelve a Mi" tem a missão de abrir esse momento e o faz com maestria. Apesar da letra dor de cotovelo, a canção se mostra uma powerbalad,, com um ótimo instrumental e vocais espetaculares da Belinda. "Litost" já era conhecida da antiga versão, mas ganhou uma mudança radical e essa não veio para o bem. A canção perdeu toda a emoção como novo arranjo, mas ainda é gostosa de ouvir. "No Me Vuelvo a Enamorar" possui o mesmo nível e qualidade de "Vuelve a Mí", sem mais. "Nada" está cotada para ser o terceiro single de Catarsis. A escolha foi acertada de pegar uma balada e essa é bem radiofônica, com o seu crescimento progressivo e boa interpretação da Belinda.

Fechando o álbum, temos as faixas bônus. "After We Make Love" é a versão em inglês de "Bailaria Sobre el Fuego" e contém a participação de Vein. Posso dizer uma coisa? Sofrível essa versão, deveria ter sido descartada até como versão bônus. E como Belinda realmente ama esta canção, temos "Bailaria Sobre el Fuego (Balada)" fechando o álbum. Acho que essa versão caiu muito melhor que a inglês, os vocais novos e o instrumental grandioso caiu bem.

Conclusão: com as mudanças de gravadora o adiamento do álbum "Catarsis" foi inevitável e pode ter feito o mesmos perder o timing preciso para fazer sucesso. Porém, o álbum está redondinho, bem mais maduro que seus anteriores e melhor trabalhado e fácil de assimilar que o álbum conceitual "Carpe Diem". Aliás, esse último é uma mancha negra na carreira da Belinda, pois apesar de ter várias canções boas, é um álbum esquecível e confuso como um todo. Achei um desperdício colocar a versão inglês de "Bailaria Sobre el Fuego", um crossover de faixas como "I Love You... Te Quiero" ou "Nada" fariam muito mais sentido. Apesar de ter consciência que não seria possível encaixar essas faixas, acho um desperdício "Con los ojos cerrados" e "Aguardiente" terem ficado de fora. Aliás, essa última seria um ótimo single para América Latina. O álbum é bom, mas não é dessa vez que Belinda tem um álbum forte para entrar no mercado americano como venho sonhado para ela. "Utopia" foi o que chegou mais próximo disso. A grande quantidade de faixas produzidas por Vein, tornou algumas faixas muito parecidas. Adoro a Belinda como compositora, mas acho que ela está em um momento da carreira que já pode abrir espaço para outros compositores, seria interessante vê-la com uma roupagem que não seja dela. Agora para o sucesso definitivo, basta haver boas escolhas para single e que Belinda não pare de sumir por 3/4 anos para lançar material novo.